"Somos novos a cada dia. Nossos pensamentos, intenções, atos, consciência e percepções estão sempre evoluindo, e a cada mudança emerge uma pessoa diferente. Você não é a mesma pessoa que era há cinco anos, nem há cinco minutos. O mesmo acontece com aqueles que você ama, com seus amigos e conhecidos. Por isso, várias vezes reagimos em relação à pessoa que conhecemos há muito tempo - e ela o faz conosco - como se ela continuasse sendo como era antes. Por exemplo, o valentão do ginásio pode continuar sendo o mesmo para nós quando o reencontramos já adultos, ainda que tenha mudado, encontrado a paz espiritual e se transformado no mais suave dos homens.
A evolução não faz muita diferença se você não está consciente dela. Como é possível amadurecer, quando não se tem consciência do processo? Como aprender com a vida, se não pararmos para experimentá-la? Como incorporar tudo o que acontece física e psicologicamente, se não dermos a nosso corpo e mente tempo para digerir os acontecimentos? Como mudar, enquanto nossos amigos e pessoas amadas mudam?
A maneira de nos conhecermos e de conhecer os outros é através de uma relaxada contemplação espiritual e da meditação. O tempo de começar é agora. Há uma diferença entre contemplação e meditação, apesar de serem muito parecidas. Contemplar significa concentrar-se num assunto específico, ou num objeto específico - a ideia de bondade, por exemplo, ou a beleza de uma borboleta. Meditar implica manter a mente completamente vazia, livre para acolher todos os sentimentos, ideias, imagens ou visões. É a arte de observar sem pensar, sem fazer comentários mentais. Para a mente ocidental é muito mais fácil praticar a contemplação. Estamos acostumados a focalizar nosso pensamento num determinado assunto, pensar sobre ele e analisá-lo. A meditação é um conceito mais oriental, mais difícil de captar, e requer muita prática. Uma pessoa pode levar meses ou anos para conseguir meditar plenamente, e pode não chegar a fazê-lo numa única vida. Mas isto não significa que você não deva tentar meditar agora. Lembre-se: na vida presente e em todas as outras você está progredindo em direção à imortalidade. A tentativa, por si só, já traz recompensas profundas, e você logo vai se surpreender desejando o momento de solidão que a meditação requer."
(Brian Weiss - Muitas vidas, uma só alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 151/152)
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