"Vimos, de modo muito sumário e perfunctório, a evolução a qual é emanação ou centelha divina.
Esta inicialmente 'desce' profundamente até a matéria mais grosseira e, gradualmente, vai 'subindo' e se expandindo em plenitude, por meio de veículos cada vez mais afinados.
A 'alma', no início, tem necessidade de passar pelas experiências fortes, brutais, dos homens primitivos, porque os veículos são grosseiros e ela está, por assim dizer, entorpecida.
Os veículos (ou corpos) astral e mental só se desenvolvem, nestes princípios, pelas sensações terríveis, e a alma tem que perceber as diferenças entre as sensações, o que acontece pelo choque dos contrastes enérgicos e violentos. Daí, prazeres desregrados e dores brutais que 'martelam' a alma nos primórdios da evolução.
À medida que as sensações se apuram e se desenvolvem, também o pensamento e o raciocínio progridem; estes só podem se alargar em toda sua pujança quando as sensações também se tornam mais perfeitas e afinadas; as comparações são melhores, as deduções mais profundas e a capacidade de raciocínio mais perfeita.
A noção do bem e do mal, quase imperceptível no homem primitivo, vai se firmar somente após certo estágio evolutivo. As sensações, as reações intelectuais e afetivas transmitem-se por vibrações do corpo físico e dos corpos mais sutis, ao corpo causal, onde impressionam diretamente a alma.
Esta, à custa das experiências, se expande e, por sua vez, quanto mais ampliada em suas qualidades, tanto mais perfeitos serão os veículos com os quais se cerca.
A memória das experiências, isto é, das vidas passadas, permanece no corpo causal, imperecível. Ela não sobrevive como imagem no homem encarnado, mas os germes causais provocam a formação de novos corpos, de acordo com as qualidades adquiridas e estes corpos manifestam, então, as tendências desenvolvidas nas vidas anteriores. (...)"
(Alberto Lira - O ensinamento dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 195/196)
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