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A maior perda na Segunda Guerra Mundial tem sido descrita como o declínio da lealdade. Um atributo da natureza humana, a deslealdade, tem-se manifestado num grau incomum nos últimos tempos. Na verdade, um termo especial de más conotações vem sendo usado para designá-la. Este termo é 'quinta coluna', significando a traição como uma escolha política. Quando, em 1936, o General Emilio Mola anunciou que capturaria Madri porque tinha quatro colunas fora da cidade e uma quinta coluna de simpatizantes dentro, o mundo agarrou-se à frase com a voracidade de um homem que busca encontrar uma senha importante. A frase era, de fato, um alarme de calamidade, como a subversão que se seguiu demonstra. O que o General Mola fez foi indicar a dimensão da traição no nosso tempo. Outras épocas tiveram seus traidores individuais - homens que, por pusilanimidade ou por avidez, traíram suas causas - mas no século vinte, pela primeira vez na história, os homens reuniram-se aos milhões, em movimentos como o nazismo, o fascismo e o comunismo totalitário, dedicados ao propósito de trair as instituições sob as quais viviam. A traição tornou-se uma vocação, cuja forma moderna é especificamente a traição de ideias. Isso é, na verdade, parte da escuridão desses anos.
A falta de fé encontra expressão no baixo padrão moral na vida pública, marcada como está pela corrupção. Isso é particularmente evidente na esfera dos políticos, nacionais e internacionais. Em palestra proferida durante o mês de setembro de 1951, Herbert Hoover, ex-Presidente dos Estados Unidos, disse: '(...) Temos um crescimento canceroso de desonestidade intelectual na vida pública que está principalmente por trás da lei. A discussão hoje é a decência na vida pública versus a indecência. (...) Nosso maior risco não é a invasão de exércitos estrangeiros. Nosso perigo é o de podermos cometer suicídio internamente por complacência com o mal ou por aceitação pública de comportamentos escandalosos."
Embora seja verdade que a própria natureza humana esteja inclinada a esses males que, admite-se, não se confinam apenas à cristandade, é também verdade que uma função do ensinamento e da prática religiosa é reduzi-los a um mínimo, inspirando os homens a elevarem-se acima deles. Se, entretanto, exemplos de prevalência desses males estão registrados na Bíblia e, numa interpretação literal, a Deidade ou Seus representantes encontram-se aí encorajando alguns deles, os que inculcam uma interpretação letra morta dessas e de outras passagens não podem se eximir de alguma responsabilidade por ações similares praticadas por pessoas cuja religião está fundada na Bíblia. Não obstante, o autor reitera aqui a opinião de que muitas instituições cristãs propõem uma moralidade elevada, embora ela não seja suficientemente seguida. A cristandade, de fato, produziu um número formidável de homens e mulheres magníficos, muitos dos quais se tornaram grandes servidores da humanidade. Pode-se seguramente afirmar que muitas igrejas e seus pastores, escolas dominicais e seus instrutores, trabalhadores cristãos, pais e professores ensinam a restrição moral e, em particular, tendem a encorajar, entre os jovens, a conduta e um padrão moral elevado, semelhante ao de Cristo."
(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 24/25)
Excelente.
ResponderExcluirGrato Ferris. Paz e Luz.
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