Os sentidos e a mente são as portas pelas quais o conhecimento se infiltra na consciência. O conhecimento é filtrado pelos nervos sensoriais e interpretado pela mente. O cérebro organiza as impressões dos sentidos e envia mensagens através dos nervos motores. Mas existe um outro aspecto da mente, que é o sentimento, uma expressão da intuição que nos dá a capacidade de discernir entre certo e errado, para evitar os erros a que estamos propensos. A maneira mais segura de escapar ao karma é liberar a expressão da intuição por meio da meditação, que levará ao harmonioso equilíbrio entre razão e sentimento.
Aquilo que se acumula permanece inalterado, e não perece com a morte, é o desejo latente, a semente do desejo, as impressões do desejo na consciência. Essas sementes de desejo são mais instigantes do que os desejos recentes, já que estão profundamente enraizadas no subconsciente, prontas para surgir subitamente com demandas que na maioria das vezes são irracionais, frustrantes e causadoras de sofrimento. Enquanto não houver um fim para o desejo, não haverá um fim para o karma.
A miséria humana não é totalmente física, e é improvável que a abundância resolva os problemas do homem. Enquanto houver seres humanos arrogantes, preguiçosos, irresponsáveis, invejosos, cruéis, vingativos, possessivos, intolerantes, egoístas, mesquinhos, hipócritas e assim por diante, vamos infligir miséria a nós mesmos e aos outros, independentemente de termos todos os luxos que quisermos. O mundo externo jamais será perfeito até que tenhamos tornado perfeito nosso mundo interior.
Um dia, este triste mundo finalmente se tornará o que deve ser: um lugar luminoso, cheio de homens e mulheres que tomaram conhecimento de seus defeitos e aprenderam a transformá-los em algo luminoso e belo. Faz parte do plano de Deus elevar toda a criação para fazê-la evoluir e desabrochar sua natureza espiritual, de verdade, poder e beleza."
(Vinai Vohora - A lei do karma - Revista Sophia, Ano 12, nª 51 - p. 12/13)
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