"(...) A negação da unidade da vida assume comumente o aspecto de crueldade. A desumanidade do homem para com o homem é proverbial. As prisões e os relatórios de sociedades de proteção a mulheres e crianças fornecem as provas. Os crimes praticados contra os animais vêm de longa data e abrangem o mundo inteiro. O homem é o maior inimigo dos animais. Nos abatedouros, a humanidade alcança o ápice da selvageria, pois a brutal matança é desnecessária e os animais são indefesos.
O resultado inevitável, de acordo com as leis que acabamos de enunciar, é a miséria e a doença. Aqueles que matam animais e consomem suas carcaças não podem ser indivíduos felizes ou saudáveis. Eles estão em conflito com a unidade da vida e com o poder, o propósito e o impulso da natureza, pois toda a criação se move rumo à plenitude da liberdade de manifestação.
A chave para a saúde e a felicidade é a clemência, definida como benevolência, compaixão e gentileza para com todos os seres sencientes. Existem quatro razões básicas para a clemência. A primeira é que somente a clemência ratifica o fato da unidade da vida. O dano a uma única criatura pode ter amplas consequências, pois a vida em todos os seres é a vida una. A crueldade traz sofrimento a todos, inclusive ao autor. A vida una é uma energia consciente e criativa. Efeitos agradáveis ou dolorosos são comunicados através de toda a existência manifestada.
A segunda razão é que na conduta clemente, a mais elevada ratificação da unidade, está o amor universal. Deve-se ser clemente por causa do amor. Tudo o mais são trevas. A terceira razão é que a saúde e a felicidade de todos os seres dependem de seu relacionamento mútuo. Todos nós dependemos muito uns dos outros para o nosso bem-estar, progresso e realização. A quarta razão para a clemência é que, sob a lei de causa e efeito, o homem colhe aquilo que semeia. A crueldade inevitavelmente traz sofrimento, e a gentileza com toda certeza traz felicidade."
(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 38/39)
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