"Tao é o seio materno do Universo.
Quem conhece sua mãe, sente-se filho seu.
Quem se conhece como filho, vive a vida de sua mãe,
Nem vê detrimento na morte.
Quem refreia os seus sentidos
E conserva as suas forças,
Não se esgota.
Mas quem se desgasta,
Quem se dissipa e dispersa,
Esse vive em vão.
Quem tem a consciência de ser apenas uma centelha,
Esse é iluminado.
Quem, em seu dever,
Permanece maleável e flexível,
Esse é forte.
Permanece maleável e flexível,
Quem segue à luz interna,
Esse não sucumbe à morte,
É imortal.
Quem vive na essência
Não se prende a nenhuma aparência.
EXPLICAÇÃO: O profano, sendo apenas um canal, vive na ilusão de ser a Fonte de tudo que acontece - mas o iniciado sabe que nenhum finito é Fonte. O canal cumpre a sua tarefa quando se liga à Fonte e permite que as águas dela fluam livremente através do seu condutor.
Esta receptividade dos canais é a verdade - a pretensa datividade é pura ilusão.
Quem julga ter atingido a meta, nem iniciou ainda a jornada. A felicidade não é uma chegada, mas uma jornada. Todo o finito, em demanda do Infinito, está sempre a uma distância infinita. A felicidade está na consciência de estar no caminho certo e poder continuar sempre e sempre nesse caminho certo - isto é vida eterna."
(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 136/137)
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