OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

PRECONCEITOS DISFARÇADOS

"O mundo de hoje é cheio de preconceitos em nome do não preconceito. Senhoras de idade avançada são incentivadas a participar de concursos de beleza, da mesma forma e com o mesmo tipo de roupas usadas por adolescentes, em nome da valorização da terceira idade. Por trás disso existe um mito de que ser bonita é desfilar e se vestir como jovem. Isso é preconceito. Por que uma senhora de 70 anos precisa ser como uma jovem? Por que ela não pode ser valorizada de acordo com a idade que tem, com toda a sua maturidade, sabedoria e beleza, conforme os padrões da própria idade. 

Quebrar preconceitos é algo muito mais profundo do que usar biquíni fio dental e top less, ou queimar o sutiã na praça. Seria melhor dizer que é ter consciência, em cada uma de nossas atitudes, do sentido da nossa vida e de quais são os valores que elegemos para nós mesmos. Se eu tenho uma compreensão, por exemplo, de que o sentido da vida é o despertar da alma, é muito pouco relevante se uma pessoa está numa cadeira de rodas ou lê livros em braile, mas é muito relevante o seu desenvolvimento do discernimento e da percepção da realidade. E perceber a realidade envolve aceitar que o surdo não ouve, o cego não vê, e a beleza da moça de 15 anos e da mulher de 70 não são iguais. E nem por isso essas pessoas são menos dignas ou menos completas em sua humanidade.

Uma das virtudes a serem praticadas na senda do yoga é satya, ou não falsidade. A falsidade abrange tanto iludir os outros quanto iludir a si próprio. É muito fácil ver o estrago que causamos ao mentir para os outros, mas ver a autoilusão é algo muito mais sutil. Por exemplo, é bastante comum o sofrimento de algumas mulheres na hora de se vestir para um evento importante. Em primeiro lugar, não existe nada de errado em se vestir e querer se vestir bem. Mas sofrer é desnecessário. Por que sofrer por causa de roupas? Nesse caso existem várias mentiras envolvidas. A primeira é que a pessoa vale conforme a roupa que veste, a segundo é que a pessoa vele se a roupa está na moda, a terceira é que a pessoa deve ter o padrão de beleza que está na moda, a quarta é que todas as pessoas do evento prestarão atenção na roupa que ela está usando, a quinta é que se alguém falar mal da roupa que ela está usando, isso é muito importante, e ela deve sofrer e se sentir um lixo. 

Eu poderia citar outras, mas essas cinco primeiras mentiras já servem para destruir o que poderia ser a verdadeira alegria do evento. Essa mulher está sendo escrava e destrói a sua felicidade por acreditar nessas mentiras. O exemplo parece exagerado, mas não é; pense na quantidade de moças com anorexia, bulimia, rapazes viciados em anabolizantes, em busca de corpo perfeito, escravos da ilusão e que muitas vezes encontram a morte precoce. Eu penso que uma pessoa que anda em cadeira de rodas, não não tem esse tipo de limitação mental, é livre como um pássaro.

Platão falou, no mito da caverna, sobre pessoas acorrentadas e condenadas a viver vendo sombras na parede, projetadas por uma luz que vem de trás e que eles não podem ver, pois suas cabeças imóveis estão presas pelas correntes. A parábola diz respeito a nossa condição humana. Vale a pena estudar a alegoria platônica e refletir, toda vez que nos sentirmos limitados pelas circunstâncias, se isso não é algo pequeno em comparação com as correntes que prendem as nossas cabeças. Moral da história: Para as limitações físicas, os remédios físicos; para as limitações mentais, a chave do cativeiro."

(Cristiane Szynweiski - A chave do cativeiro - Revista Sophia, Ano 12, nº 47 - p. 22/23)


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