"(...) Para todos os efeitos, não temos
livre-arbítrio - ele está apenas no processo de formação; e só estará formado
quando o Ser tenha dominado completamente seus veículos e os use para seus
próprios propósitos; quando cada veículo for apenas um veículo, completamente
responsivo a cada impulso seu, e não um animal que se debate, indomado, com
desejos próprios. Quando o Ser tiver transcendido a ignorância, subjugando
hábitos que são as marcas da ignorância passada, então é livre. E assim será
compreendido o significado do paradoxo, ‘em cujo serviço está a perfeita
liberdade’, pois compreenderá que não existe separação, que não existe vontade
desagregada, que em virtude de nossa Divindade inerente nossa vontade é parte
da Vontade Divina, que foi ela que nos deu, ao longo de nossa evolução a força
para seguir adiante, e que a compreensão da Vontade una é a realização da
liberdade.
Foi ao longo dessas linhas de
pensamento que alguns encontraram o fim da antiga controvérsia entre
livre-arbítrio e determinismo. Mesmo reconhecendo a verdade pela qual lutou o
determinismo, também preservaram e justificaram o sentimento inerente: ‘Eu sou
livre, não escravo’. Essa ideia da energia espontânea, do poder espontâneo
oriundos dos recessos internos de nosso ser, está baseada na própria essência
da consciência, sobre o ‘eu’ que é o Ser - aquele Ser que, por ser divino, é
livre."
(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 234/235)
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