"Indolência e falta de objetividade: evite esses dois grandes obstáculos no caminho espiritual. Com o passar dos anos, costumamos esquecer o objetivo fundamental por que abraçamos a vida espiritual. Ficamos presos aos nossos hábitos devocionais, seguindo formas exteriores, esquecendo-nos, porém, de manter viva a ardente chama interior do desejo por Deus. De bom grado envolvemo-nos em muitas outras atividades, e no entanto ficamos com preguiça de usar corretamente nosso tempo livre: para buscarmos profundamente o Divino.
Você está apenas racionalizando quando argumenta: 'Bem, se as condições tivessem sido diferentes, se eu tivesse sido tratado com mais compreensão, se tais coisas não tivessem acontecido, hoje estaria mais próximo de Deus'. Com esse raciocínio você perde a objetividade. Se não encontra Deus, a falha não está em qualquer condição externa ou em outro indivíduo, mas em você mesmo. Em última análise, nenhuma pessoa ou condição poderá nos impedir de conhecer Deus se nos empenharmos sempre em nos livrar da preguiça, da indiferença e da falta de objetividade. Intimamente, entusiasme-se pelo Amado Divino. E se não sentir isso, culpe só a si mesmo.
Quando vim para Mt. Washington, havia muitos problemas a enfrentar, comigo e com os que me rodeavam. Fiquei desanimada ao descobrir que, mesmo no ashram, eu não conseguia fugir dessas dificuldades. Porém havia dentro de mim um fervoroso entusiasmo por conhecer a Deus. Eu tinha grandes sonhos de encontrá-Lo nesta vida. Desse modo, analisei: 'Pode qualquer condição, ambiente ou indivíduo enfraquecer seu ardente desejo por Deus? Se é assim, então você realmente não O deseja muito.' E com esse pensamento na mente comecei, decidida, a dirigir de maneira correta os meus próprios passos no caminho.
É uma tragédia quando as pessoas caem de tal modo na rotina que aparentemente levam uma vida espiritual, deixando porém a indiferença extinguir o fogo devocional por Deus. O devoto deve começar a corrigir tal condição agora, mantendo a mente no Divino noite e dia: Deus primeiro, Deus por último, Deus o tempo todo."
(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 256/257)
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