Chamo nervoso rajásico aquele que, por falta de sabedoria, transformou a vida num inferno pelo tanto que realizou e realiza, pelo tanto que andou ambicionando e ainda deseja, pelo tanto que juntou para si e pelo sobressalto de guardar tanto, pelo exaustivo e tumultuado agir que o obsedia. Ele é inquieto, exaltado, violento, instável, medroso, reagindo emocionalmente com exagero a tudo, sem medida nem lógica. É inseguro. Vive em luta e apavorado contra o que o ameaça. Tem imaginação fértil. É hipertenso e vem a dar o agitado. Nele, portanto, o característico é a energia - rajas - em excesso e confusão.
Nervoso tamásico é quieto. É parado. É autista (virado para dentro), astênico, calado, deprimido, isolado, sedentário, apático. Sem forças, sua única expressão é a máscara de desânimo. É o símbolo da inércia - tamas. Sua pressão é baixa; seus músculos de baixo tono e sem energia, frágeis e frouxos.
O homem sattvico jamais é um nervoso. É feliz e harmonioso sempre. A orientação geral para o tratamento de um nervoso rajásico é exatamente a redução de seu excitamento, nunca de sua energia. É a redução de sua ansiedade, inquietude, tensão e desgaste e não de suas forças. É um tratamento tranquilizante, sedante, relaxante equanimizante.
O tratamento dos tamásicos é exatamente o oposto: consiste em esquentar, em estimular, em despertar o enfermo, aumentando-lhe a dosagem de rajas, isto é, vibracidade. É tratamento antidepressivo, estimulante e energizante. Tanto num caso como noutro, quer se trate do agitado quer do deprimido, a psicoterapia é indispensável. Chama-se psicoterapia o tratamento do psiquismo, da mente. O que o psicoterapeuta visa é dar à mente enferma um estado e um funcionamento mais harmonioso, lúcido, sadio e livre de perturbações. Em outras palavras, a psicoterapia consiste em dar sanidade à mente tumultuada e impura. (...)"
(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 99/100)
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