terça-feira, 21 de julho de 2015

ACEITAÇÃO E ENTREGA (PARTE FINAL)

"(...) Há situações em que nenhuma resposta ou explicação satisfaz. Nesses momentos a Vida parece perder o sentido. Ou alguém em desespero pede sua ajuda e você não sabe o que dizer ou o que fazer.

Quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar para encontrar a resposta usando o pensamento de sua mente limitada. Ao desistir, você permite que uma inteligência maior atue através de você. Até o pensamento pode se beneficiar com isso, pois a inteligência maior flui para dentro dele e o inspira. Às vezes, entregar-se significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você não sabe.

Você conhece pessoas cuja maior função na vida parece ser cultivar a própria infelicidade, fazer os outros infelizes e espalhar infelicidade? Perdoe essas pessoas, pois elas também fazem parte do despertar da humanidade. O papel delas é intensificar o pesadelo da consciência autocentrada, da recusa à aceitação e à entrega. Não há uma escolha deliberada na atitude delas. Essa atitude não é o que elas são.

Pode-se dizer que a entrega é a transição interior da resistência para a aceitação, do 'não' para o ' sim'. Quando você se entrega, a noção que tem de si mesmo muda. O 'eu' deixa de se identificar com uma reação ou um julgamento mental e passa a ser um espaço em torno da reação ou do julgamento. O 'eu' não se identifica mais com a forma - o pensamento ou a emoção - e você se reconhece como algo sem forma: o espaço da consciência.

Qualquer coisa que você aceite plenamente vai levá-lo à paz, o que inclui a aceitação daquilo que você não consegue aceitar, daquilo a que você está resistindo. Deixe que a Vida seja." 

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 48/49


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