"(...) Quando Jesus morreu na cruz não possuía mais nada; até as suas últimas vestimentas já tinham sido distribuídas pelos soldados que o vigiavam. Restavam-lhe, é verdade, os dois tesouros vivos: sua mãe e seu discípulo predileto, João; mas até deles se desfez antes do derradeiro suspiro: 'Senhora, eis aí teu filho! discípulo, eis aí tua mãe! Durante sua vida, como ele dizia, era mais pobre do que as raposas da terra e as aves do céu, não porque não pudesse ter bens externos, mas porque deles não necessitava, uma vez que possuía a plenitude do bem interno, a felicidade'.
Na véspera da sua morte voluntária, disse ele aos seus discípulos: 'Eu vos dou paz, e vos deixo a minha paz, para que minha alegria esteja em vós, seja perfeita a vossa felicidade, e nunca ninguém tire de vós a vossa felicidade'.
Assim fala um milionário de felicidade.
'Transbordo de júbilo no meio de todas as minhas tribulações!' exclama Paulo de Tarso, um dos maiores sofredores da humanidade e que conheceu poucos dias de saúde em sua vida.
Em última análise, quem nos redime da nossa infelicidade e nos induz no reino da felicidade imperturbável é o nosso Cristo interno, o espírito de Deus que habita em nós. O grande segredo está em despertar em nós o nosso Cristo e entregar-lhe as rédeas da nossa vida. O resto vem por si mesmo.
Mas isto não é virtude - isto é sabedoria, é o conhecimento da última e suprema verdade dentro de nós mesmos. O homem é senhor e soberano de tudo que sabe - mas é escravo de tudo que ignora. O saber espiritual nos liberta da infelicidade e nos dá felicidade - a ignorância espiritual nos escraviza e nos torna infelizes."
(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 100/101)
Nenhum comentário:
Postar um comentário