quinta-feira, 21 de maio de 2015

O JARDIM DE INFÂNCIA (1ª PARTE)

"A criança não é somente o pequeno corpo físico que vemos; tem também um corpo astral que é o veículo de suas emoções e um corpo mental dotado da faculdade de pensar. Todos estes três veículos - o mental, o astral e o físico, constituem a criança; e todos os três são sensíveis e demandam formação e coordenação. Cada veículo possui uma vitalidade própria que é completamente distinta da vitalidade geral dominante da alma da criança; e cada um destes três corpos tem uma consciência rudimentar que é capaz de sentir antipatias ou simpatias que nem sempre coincidem com as da alma da criança. Essas correntes subconscientes de percepção são muito pronunciadas durante a infância e devem ser mantidas, durante o dito período, em seus limites correspondentes, enquanto a alma usa os veículos que lhes dão origem. 

Às vezes, alguns desses elementos subconscientes pode ser completamente contrário à natureza da criança; o seu corpo físico pode ser muito turbulento ou muito apático, devido à hereditariedade física dos pais. Isso, porém, não quer dizer que a alma tenha, obrigatoriamente, falta de serenidade ou de energia. De igual modo, o corpo mental e astral de cada criança possui energias próprias para começar a vida, energias totalmente independentes da alma da criança que usa esses veículos. Por conseguinte, o objetivo principal da etapa educativa do Jardim de Infância é o de levar a criança a dominar por completo os seus veículos; o cérebro precisa ser desenvolvido por meio de exercícios musculares, a natureza emocional por meio de sentimentos e a mental por meio de pensamentos.

Todos nós sabemos que no Jardim de Infância, treina-se o corpo da criança com método, ordem e ritmo, capacitam-se seus centros cerebrais para apreenderem os conceitos de cor, forma, peso, temperatura, etc. Pois bem, a habilidade mecânica adquirida pelo corpo físico da criança nos exercícios praticados no Jardim de Infância atua sobre sua natureza emocional e mental, sendo esta preparação muito necessária para que a alma possa alcançar mais rapidamente sua síntese. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 28/30)

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