"Ninguém pode ser íntima e solidamente feliz se não sacrificar a sua 'felicidade' pela felicidade dos outros. Ninguém pode ser realmente feliz enquanto não se perder em algo maior do que ele mesmo.
Quem gira 24 horas por dia, 365 dias por ano, ao redor de si mesmo, do seu pequenino ego humano, dos seus pequenos prazeres e das suas mágoas pessoais, será necessariamente infeliz. Para ser profundamente feliz é indispensável abandonar de vez a trajetória do seu ego e lançar-se à vastidão do Infinito, permitindo ser invadido por Deus. E, como passo preliminar para essa mística divina, entusiasmar-se por alguma obra de ética humana, trocar o seu pequeno eu pessoal pelo grande nós universal.
Existe uma lei eterna que proíbe o homem de girar ao redor de si mesmo, sob pena de atrofia psíquica e espiritual, sob pena de ficar internamente doente e infeliz. A Constituição Cósmica exige que todo homem, para ser feliz, gire em torno da felicidade dos outros, ou, na frase lapidar do mais feliz dos homens que a história conhece, que 'ame a Deus sobre todas as coisas e seu próximo como a si mesmo', que 'perca a sua vida - para ganhá-la'.
Julgam os ignorantes e inexperientes que este preceito evangélico, reflexo da sabedoria dos séculos, represente algum idealismo aéreo e impraticável; mas os experientes sabem que ele é sumamente realista, porque encerra o elixir da verdadeira felicidade. Quem nunca aplicou essa receita não sabe de sua eficiência; mas todos os que a aplicaram sabem que ela é 100% eficiente. Nunca ninguém se arrependeu de ter sido altruísta, porém milhares e milhões se têm arrependido de terem sido egoístas. Se um egoísta pudesse ser realmente feliz, estaria ab-rogada a Constituição do Universo, teria o caos suplantado o cosmos. Ninguém pode ser feliz contra o Universo, mas tão somente com o Universo - a lei básica do Universo, porém, é amor. (...)"
(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 31/32)
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