"(...) Remediar é remendar - não é curar, erradicar o mal.
A cura e erradicação consiste unicamente na entrada numa nova dimensão de consciência e experiência. Não consiste numa espécie de continuísmo - mas sim num novo início, numa iniciativa inédita, numa verdadeira iniciação.
Não se trata de 'pôr remendo novo em roupa velha', na linguagem do Nazareno; trata-se de realizar a 'nova creatura em Cristo', que é a transição da consciência do ego horizontal e ilusório para a consciência do Eu vertical e verdadeiro.
Todos os mestres da humanidade afirmam que a verdadeira felicidade do homem, aqui na terra, consiste em 'amar o próximo como a si mesmo'. Ou então em 'fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam'.
Existe essa possibilidade de eu amar meu semelhante assim como me amo a mim mesmo?
Em teoria, muitos o afirmam - na prática poucos o fazem.
Donde vem essa dificuldade?
Da falta de verdadeiro autoconhecimento. Pouquíssimos homens têm uma visão nítida da sua genuína realidade interna; quase todos se identificam com alguma facticidade externa, com o seu ego físico, seu ego mental ou seu ego emocional. E por esta razão não conseguem realizar o amor-alheio igual ao amor-próprio, não conseguem amar o seu próximo como se amam a si mesmo. Alguns, num acesso de heróica estupidez, tentam amar o próximo em vez de si mesmos, o que é flagrantemente antinatural, como também contrário a todos os mandamentos dos mestres da humanidade. Todos sabem que o amor-próprio de todo ser vivo é a quintessência do seu ser; nenhum ser vivo pode existir por um só momento sem se amar a si mesmo; esse amor-próprio é idêntico à sua própria existência. (...)"
(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 19/20)
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