"Fecundo preceito da moral terapêutica do yoga, ishvarapranidhana, considero o número um em capacidade de dar paz, saúde e equanimidade imediatas. Consiste em entregar-se definitiva e incondicionalmente a Deus. Milhões de pessoas dizem diariamente em oração 'seja feita a vossa vontade' e desses milhões raríssimos entendem e cumprem o que estão dizendo. O importante não é dizer, não é falar. O que realmente vale é viver. É aceitar a sábia vontade de Deus, que é Lei Universal. Não seja você como a imensa maioria que, ao mesmo tempo que diz que fará a viagem ou casará no dia tal, 'se Deus quiser', mentalmente diz 'se Ele não quiser eu me zango e fico decepcionado com Ele'.
Quem se arrependerá de entregar-se todo e entregar tudo ao Onipotente, Onipresente e Onisciente?!
Quase todos cometemos a infantilidade de entristecer-nos com o encontrar fechada a porta que desejávamos aberta. E no entanto, a porta que estava fechada poderia ser a porta de nossa perdição. Quase todos nós somos incapazes de dar 'graças a Deus', com autêntica alegria, por termos perdido o avião. Ao contrário, somos impulsionados a crispar os dedos amaldiçoando o tráfego que nos atrasou a chegada ao aeroporto.
Quem de nós é capaz de receber como graça de Deus a perda de uma propriedade, uma amizade, ou qualquer coisa a que damos muito valor? Sem relutância, no entanto, pagamos um pequena fortuna para o cirurgião amputar-nos uma perna gangrenada.
Deus - diz o verdadeiro cristão (yoguin) - sabe muito mais do que eu aquilo que convém. 'Eu não entendo por que, mas sei que a enchente que me estragou os móveis não é outra coisa que manifestação de Deus.' (...)"
(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 238/239)
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