"Toda e qualquer pessoa passa por turbulências em sua vida. As dores geradas por problemas externos ou por fatores internos são os fenômenos mais democráticos da existência. Um rei pode não ter problemas financeiros, mas pode ter problemas internos. A princesa Diana era elegante e humanística e não atravessava problemas financeiros, mas, pelo que consta, possuía dores emocionais intensas, sofria crises depressivas. Talvez sofresse mais do que muitos miseráveis da África ou do Nordeste brasileiro.
As pessoas que passam por dores existenciais e as superam com dignidade ficam mais bonitas e interessantes interiormente. Quem passou pelo caos da depressão, da síndrome do pânico ou de outras doenças psíquicas e o superou se torna mais rico, belo e sábio. A sabedoria torna as pessoas mais atraentes, ainda que o tempo sulque a pele e imprima as marcas da velhice.
Uma pessoa que tem medo do medo, medo da sua depressão, das suas misérias psíquicas e sociais, tem menos equipamento intelectual para superá-las. O medo alimenta a dor. Aprender a enfrentar o medo, a atuar com segurança nos sofrimentos e a reciclar as causas que patrocinam os conflitos humanos conduz uma pessoa a reescrever sua história.
Todos nós gostamos de viver as primaveras da vida, viver uma vida com prazer, com sentido, sem tédio, sem turbulências, em que os sonhos se tornem realidade e o sucesso bata à nossa porta. Entretanto, não há um ser humano que não atravesse invernos existenciais. Algumas perdas e frustrações que vivemos são imprevisíveis e inevitáveis. Quem consegue evitar todas as dores da existência? Quem nunca teve momentos de fragilidade e chorou lágrimas úmidas ou secas? Quem consegue evitar todos os erros e fracassos? O ser humano, por mais prevenido que seja, não pode controlar todas as variáveis da vida e evitar determinadas angústias. (...)"
(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 104/105)
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