“(§09) Teu corpo mental deseja
pensar em si mesmo orgulhosamente separado, pensar muito em si mesmo e pouco
nos outros. Mesmo quando tu o tiveres desviado das coisas mundanas, ainda
tentará especular para si, fazer-te pensar em teu próprio progresso, em vez de
pensar sobre a obra do Mestre e em auxiliar os outros. Quando tu meditares,
tentará fazer-te pensar sobre as inúmeras diferentes coisas que ele deseja, em
vez de pensar na única coisa que tu queres. Tu não és esta mente, mas ela é tua
para que a uses; assim, aqui novamente o discernimento é necessário. Tens de
vigiar incessantemente, ou falharás.”
Nos
excertos de Cartas dos Mestres de Sabedoria, Editora Teosófica, às páginas 131,
temos: "Não foi frase vazia do Tathagata
ao dizer: ‘aquele que domina o Eu é maior do que aquele que vence milhares de
indivíduos na batalha’; não há luta mais difícil. Se assim não fosse, o
Adeptado seria conquista de pouca valia." Nessa frase o Mestre K.H. nos aponta a grande
empreitada que temos até que purifiquemos o nosso corpo mental, uma vez que
assim como o corpo astral ele também está sob a ação de forças primitivas.
Mas não podemos deixar de analisar que existe uma relação
simbiótica entre o corpo astral e o mental, uma vez que ao pensar, logo
sentimos e se sentimos, imediatamente pensamos. Assim temos Kama-Manas e no Vedanta Manomaya-kosha para designar esses
corpos. E até o homem despertar para o fato de que esses corpos são veículos de
consciência e que devem ser purificados, a mente inferior serve às necessidades
do corpo astral. Porém, conforme a mente for se desenvolvendo, vai conseguindo
cada vez mais controlar os impulsos e desejos do corpo astral. (I. K. Taimni,
Autocultura, 1997)
O alerta que está contido neste 9º parágrafo é para aqueles que já estão
buscando a purificação mental, mas que ainda podem ser vítimas de desejos mais
sutis do que o envolvimento com as “coisas mundanas”. Desenvolver demais o
intelecto sem trabalhar o amor, a compaixão, enfim colocar em prática o que é
estudado, até a meditação poderá servir como um meio para camuflar um ego
inflado. É nesse ponto que entra o discernimento, que em sânscrito é conhecido
como Viveka. E o “orai e vigiai” é de
fundamental importância, para que não caiamos nas armadilhas do ego. E, ao
cair, poder identificar logo, para expurgar sensações e pensamentos que nos
prendem à frequências mais baixas, impedindo que o mental inferior se torne um
instrumento eficaz para a consciência superior.
¹ Comentários sobre o parágrafo 9º de Aos Pés do
Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.25/26
Tirza Fanini
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