sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O TRIUNFO DA ALMA POR MEIO DA PRÁTICA DA YOGA (PARTE FINAL)

"(...) A alma, 'inimiga' ao ego, retém suas bênçãos de paz e felicidade duradoura, enquanto o ego, comportando-se de maneira ignorante como seu próprio inimigo, desencadeia as forças cármicas da Natureza produtora de infelicidade. Sem a beneficência da proteção da alma no mundo de maya, o ego se acha na lamentável situação de ter as próprias ações contra sua verdadeira natureza como alma voltando-se contra ele, como bumerangues, destruindo toda nova ilusão de felicidade e realização.

Na composição desses dois concisos versículos, a palavra atman ('eu') aparece doze vezes em uma construção ambígua que permite o intercâmbio dos significados de 'alma' ou de 'ego' (pseudoalma) - exemplo clássico dessa dicotomia tão característica das escrituras indianas. Como se mostra no comentário acima, o entretecer astucioso das palavras alma e ego neste exemplo consiste no fio singular da verdade que percorre todo o tecido do Gita: que o homem seja elevado, não degradado; que ele transforme o eu (ego) no Eu (alma). O Eu é amigo do eu transformado, mas inimigo do eu que não se regenerou."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 54


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