"Por meio da lei da relatividade, Deus se dividiu em homem e mulher. Ambos, porém, homem e mulher, sendo feito à Sua imagem, eram essencialmente iguais, por isso Ele criou diferenças superficiais em seus corpos e mentes, não apenas diferenças mentais, mas também emocionais e psicológicas. Deus criou estas diferenças fisiológicas e mentais para distinguir o homem da mulher. O ideal da união espiritual entre eles é que o homem faça aflorar a razão escondida na mulher e que a mulher ajude o homem a descobrir a sensibilidade nele oculta. O Mestre não quis dizer com isto que a mulher seja irracional ou que o homem não tenha sentimentos; pelo contrário, ele afirmou que o homem e a mulher espiritualmente evoluídos ajudam-se mutuamente a desenvolver razão perfeita e sentimento perfeito, ou seja as puras qualidades divinas.
O que significa isso? No princípio, a razão não é pura. É de espécie inferior, oriundo da mente sensorial. A razão perfeita não vem da mente comum, é uma faculdade mais elevada, uma qualidade da alma - sabedoria. No princípio, o sentimento também não é puro, vem mesclado de emoção. Portanto, este é o valor espiritual mais importante do casamento, conforme diz o Mestre na Autobiografia de um Yogue. Citando [seu guru] Swami Sri Yukteswar: 'A responsabilidade pessoal de cada ser humano é restituir à sua (...) natureza dualística uma harmonia unificada, ou seja, o Éden'. Sri Yukteswarji quer dizer com isso que, através do íntimo relacionamento conjugal, o homem e a mulher ajudam-se mutuamente a desenvolver tanto a razão perfeita, ou sabedoria, quanto o sentimento perfeito, ou amor.
Em outro texto, o Paramahansaji afirma que, quando isto é alcançado, homem e mulher se liberam, primeiro unindo-se um ao outro e, depois, unificando-se em Deus. Esta é a finalidade do casamento. Ao concebê-lo desta forma, fica bastante claro que tal relacionamento tem que se basear na amizade divina - ou seja, no amor incondicional, na lealdade incondicional. Trata-se de um compromisso incondicional. Se não for assim, não é casamento, porque o verdadeiro objetivo não pode ser cumprido. (...)"
(Irmão Anandamoy - O Casamento Espiritual - Sefl-Realization Fellowship - p. 10/12)
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