"Para que estamos aqui, senão para ajudar, amar,
elevar mutuamente uns aos outros? Deve o homem espiritual pôr obstáculos ou
elevar seus semelhantes? Deve ele ser um salvador da humanidade, ou alguém que
retarda a evolução de seu próximo, de quem as pessoas se afastam
desencorajadas? Observe como a sua influência afeta os outros, por isso seja
cuidadoso sobre o modo como suas palavras afetam sua vida. Sua fala deve ser
gentil e suas palavras amorosas; nenhuma calúnia, maledicência, aspereza na
fala ou suspeição grosseira deve poluir os lábios que estão esforçando-se para
ser o veículo da vida espiritual. A dificuldade está em nós e não fora de nós.
É aqui em nossas próprias vidas e em nossa própria conduta que deve ocorrer a
evolução espiritual. Auxilie os seus irmãos, e não seja ríspido com eles.
Levante-os quando caírem, e lembre, se você está de pé hoje, poderá também cair
amanhã, e precisar da ajuda de uma outra pessoa, para que possa levantar.
Toda escritura declara que o Coração da vida Divina é
Compaixão Infinita. Compassivo, então, deve ser o homem espiritual. Vamos
então, mesmo que seja pouco, em pequeninas porções de amor, dar aos nossos
semelhantes uma gota daquele oceano de compaixão no qual o universo se banha.
Jamais estaremos errados ao ajudar o nosso irmão, e ao colocar em segundo plano
as nossas próprias necessidades para suprir as carências dele.
Isso e somente isso é a verdadeira espiritualidade, e
significa retornar ao ponto do qual partimos. Significa o reconhecimento do Ser
em tudo. O homem espiritual deve levar uma vida mais elevada do que a vida de
altruísmo. Deve levar uma vida de autoidentificação com tudo que vive e se
move. Não existe ‘outro’ neste mundo; todos somos um. Cada um é uma forma
separada, mas um Espírito move-se e vive em tudo."
(Annie
Besant - As Leis do Caminho Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2011, p. 78/80)
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