"Em certo sentido, somos já perfeitos e divinos nesse
exato momento. Nosso verdadeiro Eu, nosso verdadeiro Ser não é o fugaz e sempre
mutável vislumbre que chamamos presente, senão que abarca todo o nosso passado
e todo o nosso futuro. É o completo existir com todo o seu ciclo de evolução
nele contido. Assim é que somos tanto homens primitivos quanto homens
perfeitos; e aquilo por que nos esforçamos, em realidade, já é nosso; o segredo da evolução consiste em nos
tornarmos o que somos. Somente assim podemos compreender o significado de
outras máximas ocultistas, como a de que ‘nós mesmos devemos nos tornar a
Senda’. Isso é completa verdade e, contudo, só a compreendemos quando em nossa
consciência como Egos consideramos a meta, o desígnio de perfeição, a conquista
do Adeptado, não como algo estranho e muito distante, do qual temos de nos
aproximar de fora, mas como nossa divindade interior, nosso próprio Ser mais
íntimo.
Quando reconhecemos o que significa converter-nos na
Senda, também saberemos que nada terreno poderá se interpor entre nós e nossa
meta, pois a vimos e nos tornamos unos com ela. É como se houvéssemos visto
nossa própria divindade e como se a meta estivesse no centro de nosso Ser. A
Senda da Perfeição se converte, então, no desenvolvimento de nossa divindade."
(J. J. Van Der
Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 50/51)
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