"(...) A liberdade religiosa é uma das maiores virtudes
enfatizadas por Buda. Ele pregou o evangelho da tolerância, da compaixão, da
caridade e da não-violência. Ensinou os homens a não desprezarem as outras
religiões nem diminuí-las.
Na sua época, Asoka praticou o princípio áureo da
tolerância. Sob seu patrocínio o budismo floresceu. Como budista, ele foi
tolerante para com as outras religiões. Um de seus decretos diz: ‘Todas as
religiões merecem reverência por uma razão ou por outra. Agindo dessa maneira,
o homem exalta a sua religião, ao mesmo tempo em que valoriza a religião das
outras pessoas.’
Buda fez soar o clarim que anunciava a alvorada da
libertação humana. Ele disse: Refugie-se em si mesmo e seja sua própria luz.
Com fervor e grande determinação, trabalhe pela sua própria salvação.’
Segundo o Kalama-Sutta, Buda declarou que ninguém deveria aceitar nem mesmo
os seus ensinamentos,a não ser que sentisse afinidade mental por eles.
Em resumo, Buda, pela primeira vez na história da
Índia e talvez do mundo, proclamou a igualdade entre os homens e entre os
sexos. Enfatizou a importância de se dar condições dignas ao homem na velhice e
na doença; enfatizou também o direito à educação e os direitos da criança. O
direito ao trabalho está corporificado no Nobre Caminho Óctuplo de Buda, onde
ele exorta o homem a escolher o modo correto de ganhar a vida (nobre e útil).
Com isso, proíbe a prática da escravidão e da ‘escravidão branca’, que é a
exploração de homem ou mulher para obter ganho financeiro. De acordo com o Maha Parinibbana-Sutta, Buda preferia a
forma representativa de governo, em oposição ao domínio autocrático, comum na
sua época.
Os direitos humanos básicos formulados por Buda são
tão importantes hoje quanto no século VI a.C. Eles estão presentes em todas as
declarações da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. São as fundações
sobre as quais o prédio das Nações Unidas foi construído."
(Buddhadasa P. Kirthisinghe - Buda e os direitos humanos - Revista Sophia, Ano 4, nº 16 - p. 38)
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