"Destino e livre-arbítrio parecem existir juntos. Há uma inteligência, uma sabedoria ou uma consciência que sabe como acontecimentos e relacionamentos vão se desenvolver. Hamlet chama isto de um destino que 'molda nossos fins'. Na Terra, não sabemos como nossas experiências vão terminar,
mas através de nossos atos e comportamentos - do nosso livre-arbítrio - podemos influir em como elas irão se desdobrar para nós, tanto no futuro da vida presente quanto em vidas futuras.
Assim como a alma faz uma revisão no final da vida, ela também parece fazer uma previsão de vida antes de nascermos. 'Vou exercer a compaixão, a empatia e não-violência', por exemplo. Ela vê como a vida está delineada, quem iremos encontrar, quem vai nos ajudar ao longo do caminho espiritual e como vamos ajudar essas pessoas. É complicado, porque há uma interação com outras almas que também têm seus próprios planos. As pessoas que encontramos e as experiências que nos aguardam nos ajudam a aprender - isto é o destino.
Vejamos. Você encontra a pessoa com a qual tinha planejado se casar para aprenderem juntos e se ajudarem mutuamente, enquanto progridem em direção à imortalidade. Mas essa pessoa tem uma religião incompatível, ou mora muito longe, ou seus pais se apõem ao relacionamento. Então você escolhe não se casar com ela. Isto é o livre-arbítrio. Você tinha uma escolha, e decidiu não se casar. A escolha vai levar você a um ponto do destino que poderia não acontecer se sua resposta tivesse sido 'sim'. É desta forma que mudamos nosso futuro nesta vida.
Se você encontra essa pessoa e se casa com ela, vai percorrer uma estrada que escolheu com seu livre-arbítrio, e isto vai influenciar sua vida presente e suas vidas futuras. Se resolver se separar, vai entrar numa estrada diferente e pode vir a aprender lições diferentes. Talvez você encontre uma outra alma gêmea ou tenha uma experiência diversa. O importante é saber a rapidez com que vai aprender, e quanta felicidade, espiritualidade, tranquilidade e tudo o mais vai conquistar nessa vida.
As respostas dependem primordialmente de seu livre-arbítrio. É como subir numa árvore: há muitos galhos e muitas escolhas. No final, você vai chegar ao topo da árvore, mas pode precisar de cinco, dez ou trinta vidas para atingi-lo. Por exemplo, quantas vidas serão necessárias para você realizar o objetivo de sua alma de aprender a usar de compaixão? Depende das escolhas que fizer. Portanto, o destino - a árvore do nosso exemplo - e o livre-arbítrio coexistem."
(Brian Weiss - Muitas Vidas Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p.138/139)
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