"Estamos no início do século XXI, uma época de incríveis descobertas. Nunca antes os seres humanos estiveram tão conectados uns aos outros, mas nunca pareceram tão sozinhos. Para onde quer que olhemos, vemos pessoas insatisfeitas e infelizes. Por quê? Acho que isso se deve ao sistema de valores da nossa sociedade, que se baseia em ilusões e na falsidade. Fomos ensinados a venerar a busca do dinheiro e a acreditar que riqueza é sinônimo de felicidade. Ao honrar os deuses falsos do poder e do dinheiro, a sociedade constantemente valoriza aspectos inadequados da existência.
Entregamos nosso poder aos outros e, quando eles nos frustram, nos sentimos vitimados. No momento em que nos declaramos 'vítimas', ficamos aprisionados numa vibração de revanche. Quando vivemos com medo, raiva e ressentimento, atraímos situações que criam ainda mais medo, raiva e ressentimento. Quanto mais envolvidos ficamos na consciência do mundo exterior, mais nos afastamos do caminho do espírito.
Existe uma tremenda carência espiritual no nosso mundo. É uma fome que não está sendo satisfeita. Idealmente, a religião deveria ser o portal para nossa espiritualidade, mas muitas vezes isso não acontece. É preciso mais do que ir à igreja, rezar, cantar, pregar e dar dinheiro aos pobres para desenvolver a espiritualidade. É necessário ter uma compreensão das verdades espirituais e colocá-las em ação nas nossas vidas cotidianas. Infelizmente, às vezes as verdades ensinadas pela religião são distorcidas pela interpretação pessoal, e o medo de Deus substitui o amor a Deus. Resta a cada um de nós separar a verdade do dogma, o joio do trigo. (...)"
(James Van Praagh - Em Busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 79)
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