"No sul da Índia, perto de Madras, nasceu em dezembro
de 1879 Bhagavan Sri Ramana, numa família brâmane. Já rapaz, Ramana disse a um
de seus professores: ‘Este estudo não tem qualquer utilidade para mim. Preciso
conseguir um outro tipo de sabedoria, pois a sabedoria do mundo material não
pode fazer-me imortal. Esta sabedoria não pode dar-me o poder de vencer a
morte. Eu preciso realizar o Divino Ser’.
A única obra espiritual que impressionou Ramana foi a
vida do grande mestre Kabir e as suas descrições da vida dos 63 santos do culto
Shiva, contada pelo seu tio Naga Swami. Mais tarde, lendo as sagradas
escrituras vedas, brotou-lhe o desejo de ser um daqueles personagens celestiais.
No mesmo instante foi imbuído de tal fé, de tal amor e tal fervor divino, que
sentiu se inspirar nele a procura do Ser Supremo. Daí em diante ressoava no seu
interior a palavra arunachala,
identificado por seu tio como o nome de uma montanha sagrada. Algum tempo
depois teve uma experiência extraordinária. Estava em seu quarto quando,
subitamente, sentiu que se integrava no Universo. Seu corpo tornou-se estático
e rígido. Ele perguntou: ‘Quem sou eu?’ ‘Minha consciência não é atingida
absolutamente’. E então compreendeu que era completamente independente do corpo
físico, da mente e dos sentidos, e disse: ‘Eu sou a Consciência.’ Nesse mesmo
momento, sentiu a presença de Krishna, que lhe assegurou a imortalidade.
Pouco depois disso, abandonou o seu lar sem indicar o
seu destino. Levou consigo apenas o dinheiro suficiente para a passagem com
destino a Tiruvannamalai, uma cidade muito próxima à montanha Arunachala. (...)
Ninguém o conhecia e ele passava o dia inconsciente do seu corpo físico e
imerso em si mesmo em profundo êxtase.
Alguns meses após, o futuro grande avatar iniciou uma
vida de rigorosa disciplina, passando vários anos ao pé da sacra montanha
Arunachala. (...)
Um pequeno grupo de discípulos começou a formar-se ao
seu redor. Foi o mesmo que mais tarde construiu uma ermida na encosta da
montanha, pedindo ao mestre para vir morar nela. Ele viveu ali por mais 50
anos."
(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)
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