"Tenha fé em si mesmo e em sua própria capacidade de cumprir um estrito horário de disciplina espiritual (
sadhana); tenha cerrteza de sua própria habilidade de atingir a meta da autorrealização. Se você não tem fé na onda, como pode ter fé no oceano? Uma pequena lamparina de aço pode tornar-se um belo e eficiente relógio mediante a aplicação de inteligência e habilidade. Não pode então ser transmutado em um sábio um homem que tenha apreendido a Realidade Última através do discernimento (
viveka) e do desapego (
vairagya)? Os livros sagrados de todas as religiões ajudam o homem a atingir sua Eterna Morada de Paz. Tais livros são como pousadas no deserto, construídas para ajudar o caravaneiro em seu caminhar para o objetivo. Ele se deixa ficar na pousada apenas por algum tempo; depois é instruído sobre o próximo trecho da jornada, após o que move-se ele, revigorado pela parada feita.
Obstáculos que surgem no caminho são muitas vezes tratados com ressentimento pelos peregrinos, no entanto, são testes a serem vistos como propiciadores de segurança. Você bate um prego na parede para pendurar um quadro, mas antes de o colocar, tenta ver se o prego está em condições de suportar o peso. Quando se certifica de que não o abala, mesmo quando usa toda força, fica tranquilo para pendurar o quadro. Receba bem os testes porque eles lhe darão confiança e lhe assegurarão avanço.
Não dê ouvidos ao que os outros dizem. Acredite em sua própria experiência. Acredite naquilo que lhe dê paz e alegria (Atmanandam). Esta é a base real para a fé. Por que haveria você de sair a perguntar a todos se alguma coisa é sal ou açúcar? Não é mesmo ridículo vagar por aí consultando pessoas sobre isso? Ponha um pouco sobre a língua, e isso bastará para resolver o assunto. O que você agora está fazendo é negar-se a ter como sal o que sua própria experiência provou ser açúcar, simplesmente porque alguém, que não provou, tal como você, proclama que é sal ou porque outra pessoa, estando com febre, acha a coisa amarga."
(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 34/35)
Nenhum comentário:
Postar um comentário