"Observando em torno de nós a existência que levam
homens e mulheres, não é exagero dizer que hoje, na maior parte dos casos, a
vida encerra mais ‘mau’ carma do que ‘bom’, isto é, que há no conjunto mais de
duro labor e pesares que trabalho agradável e alegria. No período atual da
evolução humana há, no reservatório de forças acumuladas por nós,
individualmente, mais forças para nos dar dor do que forças de prazer. Nosso
débito é maior que o nosso crédito, porque, em nossas vidas precedentes, não
procuramos ser guiados pela sabedoria e preferimos viver egoisticamente,
preocupando-nos pouco com quem prejudicávamos com o nosso egoísmo. Mas cada
força cármica deve descarregar a sua energia, porque ‘o que o homem semeia,
isso também colherá’.
Quando o homem ‘colhe’, as suas forças cármicas são
cuidadosamente ajustadas, de maneira que a ação recíproca do bem e do mal possa
produzir, como resultado final, um acréscimo de bem, por menor que seja. Se,
por ocasião do nosso nascimento, todas as nossas forças cármicas de bem e de mal
fossem postas em ação, como temos maior bagagem de mal que de bem, nossa
existência seria tão cheia de dor e de tristeza, que quase não teríamos coragem
para enfrentar a batalha da vida. Também, a fim de que possamos lutar e vencer
e adicionar alguma coisa ao lado bom de nossa conta, e não ao mau, faz-se um
cuidadoso ajustamento para cada alma, quando ela se encarna.
Tal ajustamento é feito pelos Senhores do Carma, estas inteligências benfazejas que, no Plano do
Logos, agem como árbitros do Carma. Eles não recompensam nem punem; limitam-se
a ajustar a operação das forças do próprio homem, a fim de que o carma o ajude
a dar um passo adiante na evolução."
(C. Jinarajadasa - Fundamentos de Teosofia – Ed. Pensamento,
Rio de Janeiro – p. 65)
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