"(...) Atualmente os mais graves problemas do planeta são os
conflitos armados e a destruição do meio ambiente. Simultaneamente ao progresso
da ciência, desenvolveu-se uma atitude de conquista, controle e exploração da
natureza. A humanidade chegou ao ponto de ‘brincar de Deus’, para usar a frase
de Jeremy Rifkin. Mas a ciência também está compreendendo que quanto mais o
universo é explorado, maior se torna a dimensão desconhecida, não apenas no
nível material, mas também nos campos sutis do espírito. Por trás de tudo o que
está manifestado e perceptível existe o intangível e o inexplicável. Grandes
espíritos que experienciaram o mistério do desconhecido, como Einstein, puderam
compreender a reverência que exala da mente religiosa. (...)
Outro grande problema atual é o consumismo e a insensibilidade
em relação ao valor e à dignidade dos seres vivos. É necessário um profundo
respeito por cada forma de vida para reverter a maré de consumismo que destrói
os recursos e a diversidade do planeta.
È essencial que nossos valores mudem, mas não em razão
do que uma sociedade ou um sistema religioso diz. Os valores surgem a partir do
sentimento de uma existência una e inter-relacionada, que faz nascer a
gentileza e a não violência. Se nós não conseguimos amar o pequeno animal, o
pássaro, o peixe ou a planta, como podemos amar a Deus que é a fonte de toda a
vida?
Temos de aprender a ser como as criancinhas que
experimentam maravilhas, cujas mentes não têm preconceitos e que não sabem o
que é ser possessivo. Esse é o verdadeiro despertar religioso, que envolve
abrir mão dos próprios interesses por amor aos outros, sem preconceitos, de
modo que a mente seja ampla, tolerante e sensível."
(Radha Burnier - A verdadeira religião - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p.20/21)
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