"Eu já disse muitas vezes, e permanece verdadeiro, que
enquanto a vida da forma consiste em reter, a vida do espírito consiste em dar.
Foi o que fez com que o Cristo, como doador Espiritual, declarasse: ‘é mais
abençoado dar do que receber’. Porque, verdadeiramente, aqueles que conhecem a
alegria de dar não têm desejo pela alegria de receber; eles conhecem a fonte de
alegria infinita que surge no coração à medida que a Vida flui, pois se a Vida
Divina pudesse fluir e ser mantida dentro de nós, ela estagnaria, tornar-se-ia
turva e inexpressiva. Porém a vida através da qual a Vida Divina flui
incessantemente não é estagnada e não se turva. Quanto mais ela se propaga,
mais ela recebe.
Não tenhamos, portanto, medo de dar. Quanto mais
dermos, tanto mais plena será a nossa vida. Não nos iludamos com o mundo da
separatividade, onde tudo diminui à proporção que damos. Se eu tivesse ouro, a
minha fortuna diminuiria em cada moeda que eu desse, mas isso não acontece com
as coisas do espírito. Quanto mais damos, mais temos; cada ato de doação
torna-nos um reservatório maior. Assim, não precisamos temer tornar-nos vazios,
secos, exauridos, porque toda a Vida está
por trás de nós e suas fontes são uma conosco. Uma vez que sabemos que a
Vida não é nossa, que compreendemos ser parte de uma poderosa unidade, então
vem a verdadeira alegria de dar, a verdadeira bênção de uma vida que conhece
sua própria eternidade. Todos os pequenos prazeres do mundo, certa feita, tão
atraentes, desvanecem na glória do verdadeiro viver, e conhecemos o significado
daquelas grandes palavras ‘aquele que perde a sua vida, encontrá-la-á’ na vida
eterna."
(Annie Besant - A
Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p.107/108)
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