"Segundo a Vedanta, uma das seis escolas filosóficas
da Índia, são quatro as qualificações para o Caminho Espiritual. Em sânscrito,
elas são assim descritas: Viveka,
Vairagya, Shatsampatti e Mumukshutva. Viveka
significa Discernimento entre o
irreal e o real, entre o falso e o verdadeiro, entre o útil e o inútil. Viveka é aquela percepção atenta que
busca sempre o essencial e desvincula-se do superficial. É a falta desta
percepção que faz as pessoas correrem atrás da fama, do poder, do dinheiro,
crendo que tais coisas são as únicas coisas essenciais da vida. Viveka é aquela percepção purificada
que distingue o real do ilusório e assim nos aproxima da Realidade das coisas
como elas são.
Vairagya significa Desapego,
desprendimento, ausência de interesse pessoal. Decorre, necessariamente, de Viveka. Quando se percebe que uma coisa
é ilusória, não nos apegamos a ela. As gotas de água não se aderem às pétalas
da flor de lótus. Vairagya implica
estado interior de liberdade em relação às coisas transitórias. Não se apegando
ao que é irreal e falso, a mente fica livre para investigar ainda mais
profundamente acerca da vida e de seu imenso significado.
Depois vem Shatsampatti,
as ‘seis joias da conduta’, que delineiam os princípios de uma conduta
equilibrada e harmônica. Elas são o Domínio
da Mente, que implica prestar atenção no que se faz e não deixar a mente
vaguear. (...) A seguir, vem o Domínio da
Ação, que implica agir com equilíbrio, sem tensão, fazendo aquilo que nos
cabe. (...) Uma vez que nosso pensamento foi dominado, a ação seguirá seu
curso, com harmonia e responsabilidade. (...)"
(Ricardo
Lindemann & Pedro Oliveira - A Tradição-Sabedoria, uma introdução à
filosofia esotérica - Ed. Teosófica, Brasília, 3ª edição - p. 146/148)
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