"A unidade de vida, o homem, ao olhar para fora dos
sentidos do corpo, vê as coisas que deseja. Isso o leva a trabalhar, a se
esforçar para obtê-las, a mover-se na direção delas. Suponha que ele seja
atraído pela riqueza. Ele a deseja. Trabalha por ela. Esforça-se e move-se na
direção dela. Talvez ele faça isso por muitas vidas. Agindo dessa maneira, ele
está formando uma quantidade de movimento cada vez maior na direção da riqueza,
pois a natureza dá ao homem aquilo pelo qual ele se esforça. Porém, quando ele
a obtém, descobre que ela não lhe proporciona a felicidade que esperava. Ele
deixa de se mover e de se esforçar na direção da riqueza. Pode continuar a se
mover sem esforço, arrastado por seus esforços passados, mas seus desejos serão,
em breve, atraídos por alguma outra meta e ele começará a tentar se mover nessa
nova direção. Contudo, todo o seu esforço passado, durante um longo período,
acumulou uma quantidade de movimento na direção da riqueza e isso o mantém em
movimento naquela direção até que, após uma longa luta e impulso contra as
circunstâncias que parecem frustrar todo o seu esforço em se mover na nova
direção, finalmente ele interrompe o movimento e se vê livre para mover-se em
outra direção. Se essa analogia é válida, essas forças não são absolutamente
iguais; na realidade são as forças que ele próprio gerou e a que agora está se
opondo. Quanto mais fortemente ele se esforçar em deter a bola e mover-se na
direção da nova meta, tanto mais violento será seu conflito com essas forças do
passado e tanto mais rapidamente elas serão dominadas. Aquele que crê no karma
diria que ele está realizando o seu karma.
A alteração da meta do indivíduo na vida geralmente se
dá em função de uma meta mais nobre e ocorre após algum tipo de ‘revelação’ ou
expansão da consciência. É, então, em virtude da natureza das coisas que ele
tenta se mover numa nova direção e se depara com as forças que gerou
anteriormente, forças que podem ser denominadas de seu karma. (...)"
(Virginia Hanson
- Karma, A Lei Universal da Harmonia – Ed. Pensamento, São Paulo, 1991 - p.
137/138)
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