"Nada é 'oculto' àquele que investiga seu interior encontrando no mais recôndito de sua alma, respostas para os mais intrigantes mistérios. Nenhum santo em nenhuma época ou religião encontrou qualquer verdade senão dentro de Si mesmo (
Self ou Atman). Deus ou Espírito não está fora do homem. Os grandes santos, tais como Krishna, Shankara, Jesus ou Budha, afirmaram a existência do Reino de Deus dentro do homem.
Tais homens, renunciantes do mundo, do luxo ou da luxúria, da ganância e de tudo o que diz respeito às relatividades e subjetividades da vida mundana, vivem em plena comunhão com a Divindade. Sentem-se na concavidade de suas almas preenchendo-os como o vinho preenche o cálice até a borda. Cada vórtice de energia (chackra), como os sete candelabros de ouro em plena força, brilham como sóis de vida e força em sua potência. Caminham com o Espirito, percebendo-O em Sua graça e majestade. (...)
'Ébrios' de Deus, do mais doce néctar, vivem absortos n'Ele. Não há maior ventura que essa. Nem mesmo toda a riqueza do mundo, nem toda a fama, nem todo o bem mundano poderia equiparar-se a ser um 'Rei' no trono da suprema liberdade interior, um príncipe, ou príncipes da eternidade, filhos do Patrono do Universo. Tendo como teto as estrelas do céu, como alimento a energia vital oferecida profusamente das mãos do Dador da vida, não têm necessidade de nada, a não ser de Deus, Deus, Deus.
Tais homens-deuses, super-homens, 'riem-se' do mundo, porque não são eles os renunciantes. Os grandes renunciantes somo nós. (...) Nós renunciamos ao maior dos tesouros, a maior das felicidades: Deus. Porque não O conhecemos, não conhecemos a nós mesmos. O que sabemos a respeito do mundo e, de nós mesmos, é mera especulação e, frivolidades, relatividades, dualismos. A única realidade, a única permanente em todo o Cosmos é Ele, nada mais." (...)
(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 312/314)
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