"Uma tradução literal para Tai Chi Chuan seria ‘luta que utiliza a energia suprema’. Tai significa supremo, superior, chi significa energia vital; chuan significa punho, ou seja, luta.
Segundo a tradição, o primeiro passo no desenvolvimento do Tai Chi foram as descobertas do chinês Chang San Feng, há mais de
cinco mil anos. Ele percebeu a existência do Chi – a energia vital que se manifesta tanto dentro quanto fora de
nós. Observando a natureza e o próprio corpo, ele teve pela primeira vez a
consciência do poder do Chi e de como
ele se expressa.
Pouco depois, também por volta de cinco mil anos
atrás, a técnica do Chi Kung (que
trabalha a energia interna por meio da união de respiração e movimento) foi
sistematizada por um indiano chamado Ta Mo, mais conhecido como Bodhidharma.
Ele foi à China para ensinar tradições budistas. Morando em um mosteiro,
observou que os monges viviam cansados e sem energia. Depois de trabalhar o dia
inteiro, na hora de meditar eles estavam literalmente caindo de cansaço.
Segundo a lenda, Bodhidharma, preocupado em encontrar
uma solução para essa falta de vitalidade, retirou-se para meditar em uma
caverna, onde ficou durante nove anos. Quando saiu, tinha desenvolvido o Chi Kung, cujos exercícios ajudam a
manter o fluxo de energia e um corpo saudável e equilibrado. (...)
O Tai Chi é
considerado a mãe das artes marciais; dele nasceram o Kung Fu e todas as outras lutas orientais de origem chinesa. A
grande diferença entre o Tai Chi e as lutas, da maneira como são encaradas no
Ocidente, e que o Tai Chi cultiva a
energia interna. Segundo a professora Tânia Carmo, ‘o verdadeiro guerreiro
aprende primeiro a se defender; depois, aprende a não lutar; por último,
aprende a evitar o conflito. Conflito significa perda de energia.’"
(Usha Velasco -
A harmonia do Tai Chi Chuan - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 40)
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