"(...) Amar, como condição básica para a jornada da alma, é um verbo que encerra em si o sentido completo de sua escolha. Se declaro: 'Amo!', apenas amo. Não é uma declaração fácil, ou simples, mas a partir dessa escolha não há fronteiras, pois quem ama, simplesmente ama, longe de qualquer separatividade, com total abandono do eu.
Amar assim é fazê-lo com inteireza de alma. Não estou falando de amor. Falo de amar como força geradora de tudo aquilo que se manifesta nos mundos aparente e invisível. Tudo o que existe é projeção do profundo amar de Deus.
A Cabala nos ensina que Deus - amando profundamente sua criação antes mesmo que ela existisse - primeiro a abençoou, depois escreveu todas as coisas no Livro da Vida, as quais, em continuação, foram formadas. Somos reflexos do amar divino.
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Se compreendemos que ele é puro amar, nos conscientizamos de que nosso destino também é amar. Ansiamos profundamente nos fundir com Deus no amar. Simplesmente amar como o pulso que sustenta toda a criação, nos tornando cocriadores do reino de Deus na Terra.
Amar intransitivamente. Esse é o porto de chegada de nossa jornada da alma."
(Carla Maiolino - Amar, Verbo Intransitivo - Revista Sophia, Ano 11, nº 44 - p. 24)
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