"A maioria dos sistemas de meditação indianos modernos
reconhece o Yoga Sutra como uma fonte
de seus próprios métodos. Existem inúmeras escolas espirituais chamadas ‘Yoga’:
o bhakti yoga é o caminho da devoção;
o karma yoga usa o serviço altruísta;
e o jnana yoga toma o intelecto como
seu veículo. A via esboçada nos Yoga Sutra condensa todas elas.
Embora seus métodos possam variar, todas as trilhas
yóguicas buscam transcender a dualidade na união. Consideram que a dualidade
está dentro da mente, na separação entre os mecanismos da consciência e seu
objeto. Para transcender a dualidade, o aspirante deve penetrar em um estado em
que essa falha é superada na fusão do vivenciador com o objeto. Esse estado é o samadhi, onde a consciência do
meditador funde-se com seus conteúdos.
A mente está repleta de ondas de pensamento que criam
o abismo que o Yoga procura transpor. Acalmando suas ondas de pensamento,
apaziguando a sua mente, o yogui encontrará a união. Essas ondas de pensamento
são a fonte de emoções forte e hábitos cegos que prendem o homem a um falso eu.
Quando sua mente fica clara e quieta, o homem pode conhecer a si mesmo como
realmente é. Nessa quietude, pode conhecer Deus.
Nesse processo, sua crença errônea em si mesmo como um
indivíduo único, separado de Deus, será superada. À medida que suas ondas de
pensamento são subjugadas, o ego do yogui retira-se. Finalmente, como liberto,
está apto a vestir seu ego ou a descartá-lo como um conjunto de roupas.
Vestindo seu ego, ele age no mundo; descartando-o pelo apaziguamento da mente,
ele une-se a Deus. Mas primeiro ele precisa submeter-se a uma árdua disciplina
de mente e corpo."
(Daniel Goleman - A Mente Meditativa - Ed. Ática)
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