"(...) Quando estudamos a história observamos que toda
civilização cresce, se desenvolve, chega ao seu ápice, e depois inevitavelmente
começa a decair até ser vencida ou desaparecer. Observa-se que nada pode ficar
continuamente no mesmo estado. Tudo o que sobe tem de descer, tudo que enche
deve se esvaziar. Tudo que se torna maior tem que ter sido menor e vice-versa.
Quando uma pessoa está em evidência, por muito tempo,
ela acaba sendo forçada pelas circunstâncias da vida a sair de evidência.
Ninguém fica no topo o tempo todo. Os taoistas dizem: se você quer derrubar uma
pessoa, coloque-a num pedestal. Certamente ela vai cair rapidamente. Quanto
mais se estica um elástico numa direção, maior a tensão, maior a força puxando
no sentido contrário. Sempre que se chega a um extremo, a força no sentido
contrário passa a ser muito grande.
Ao observarmos nossas vidas, podemos achar que
determinados acontecimentos, como a morte de um familiar, a perda de um emprego
ou uma mudança forçada de cidade são ruins. Uma série de mudanças que nos incomodam muito em primeira instância,
quando vistas de uma perspectiva de longo prazo, podem ser vistas como
benéficas. O que parecia mal se tornou bom.
Platão nos faz ver que, na vida, nada deve ser visto
de forma isolada; toda moeda tem seu dorso. Todo ganho tem seu preço, e
ocasiona algum tipo de perda. Tudo o que é positivo tem seu lado negativo. Nada
é totalmente bom ou totalmente ruim. Não existe pessoas que só tenha vitórias
na vida. A perda está sempre à espreita por detrás de cada vitória. Se assim
não fosse, não poderia haver equilíbrio e justiça no universo. (...)"
(Eduardo Weaver - Vida e morte na visão de Platão - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 28/29)
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