"De acordo com a sabedoria chinesa, os opostos se
sucedem alternadamente. Depois de uma época de abundância necessariamente advém
uma época de escassez. O apogeu sempre dá lugar ao declínio. Depois da
tempestade, vem a bonança. Quando as trevas chegam ao máximo, a luz começa a
crescer e vai gradualmente substituindo a escuridão.
O mesmo ocorre nas estações do ano. A partir do
momento quando o verão chega ao seu auge, o calor começa a diminuir de
intensidade e os dias vão progressivamente ficando mais curtos. Aos poucos o
frio vai substituindo o calor. Quando, no clímax do inverno, o frio chega ao
seu pico, mais uma vez ocorre a reversão do ciclo e, a partir daí, o tempo
começa a esquentar novamente e o sol vai tomando o lugar das trevas. Vemos que
um princípio sempre leva consigo o seu oposto complementar.
Por isso os chineses falavam que a vida é uma perpétua
alternância entre os princípios Yang e Yin, o positivo e o negativo, o
masculino e o feminino, o bem e o mal, a inspiração e a expiração. Segundo
eles, dentro do Yin está contido o Yang e dentro do Yang está contido o Yin.
Na realidade os dois princípios estão harmonicamente integrados no todo. A
alternância cíclica entre esses dois aspectos é vista como parte essencial da expressão
da vida na natureza.
É importante que estejamos cientes e preparados para
observar este fato em nossas vidas. Sabemos que depois do dia sempre vem a
noite, e que depois da noite sempre vem o dia. Basta observar a natureza. Isso
ocorre porque, quando se chega a um extremo, surge uma tensão, uma força, que
puxa no sentido oposto.
Essa tensão é criada pelo potencial que existe entre
os pares de opostos. Os opostos se atraem. O homem atrai a mulher e a mulher
atrai o homem. Na natureza, todos os pares de opostos se atraem: o positivo e o
negativo, o bom e mau, a luz e a sombra, etc. (...)"
(Eduardo Weaver - Vida e morte na visão de Platão - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 28/29)
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