"A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro - sentir o que ele sente; ficar em sua situação e ver com seus olhos. Se somos capazes de empatia, podemos sofrer com quem está sofrendo, nos alegrar com o amor de alguém, sentir prazer com o sucesso do outro, entender a raiva de um amigo e a tristeza de um desconhecido. É uma qualidade que, quando desenvolvemos e usamos corretamente, nos ajuda a evoluir. Quem não tem empatia não consegue evoluir espiritualmente.
O princípio que fundamenta a empatia é o fato de estarmos todos conectados. Comecei a entender este princípio na época do auge da Guerra Fria, quando vi um filme sobre um soldado russo. Eu sabia que se esperava que eu o odiasse, mas ao vê-lo realizar seu ritual doméstico - fazer a barba, tomar seu café da manhã, ir para o campo de treinamento - me lembro de ter pensado: 'Esse soldado é só um pouco mais velho do que eu. Deve ter mulher e filhos que o amam. Talvez ele esteja sendo obrigado a lutar por ideias políticas de seus lideres com as quais não concorda. Disseram-me que ele era meu inimigo, mas quando olho em seus olhos é a mim mesmo que vejo. Será que me mandaram odiar a mim mesmo?'
O soldado russo de ontem e o soldado árabe de hoje são iguais a você, porque têm alma, assim como você, e todas as almas são uma só. Em nossas vidas passadas mudamos de raça, sexo, situação econômica, condições de vida e religião. Em nossas vidas futuras também mudaremos. Então quando odiamos, guerreamos e matamos, estamos odiando, guerreando e matando a nós mesmos.
A empatia ensina essa lição. Fomos colocados na Terra para aprendê-la, é um aspecto fundamental em nossa preparação para a imortalidade. É uma lição difícil, porque precisa ser aprendida em nossas mentes e em nossos corpos, e em ambos temos dor, emoções sombrias, inimigos, perdas e tristezas. Por isso tendemos a esquecer os outros e a nos concentrar em nós mesmos. Mas também possuímos amor, beleza, arte, dança, natureza e ar, e queremos compartilhá-los. Sem empatia não conseguimos transformar o negativo em positivo, e não podemos entender de verdade a empatia sem experimentá-la em nossa vida presente, no passado e no futuro. (...)"
(
Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 56/58)
www.esextante.com.br
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