"É um fato estranho que aquilo que procuramos
internamente, encontramos. O motivo de nossa busca é frequentemente
desconhecido para nós. Somos inclinados à autoilusão; queremos ser respeitáveis
da maneira como a sociedade nos ensinou a sermos respeitáveis; assim,
adornamo-nos com a virtude e damos à verdade um nome falso.
O desejo é uma forma de vontade, é vontade invertida.
É um repuxo da matéria em vez de um movimento livre do Espírito. O que
desejamos, encontramos; a nossa inteligência mostra o caminho. Desejamos
experiências terrenas, por isso estamos aqui na Terra. Se pensamos que não o
desejamos, isso é apenas autoilusão. Podemos desejar algo mais, o que também é
da Terra.
Em qualquer busca o motivo é o elemento mais
importante. Ele nos levará ao objetivo. Geralmente nosso objetivo é apenas
conforto e satisfação que derivam de uma perfeita acomodação. Essa acomodação
tende a uma percepção embotada; é como um leito macio no qual nos deitamos para
dormir.
O que tem sido chamado de ‘divino descontentamento’ é
necessário para o progresso. Mas progresso rumo a quê? Rumo à autodescoberta,
que leva ao autodesenvolvimento. Quando digo ‘auto’ não quero dizer de modo
algum separativo, mas, simplesmente, quero dizer ‘você’. O ser, no sentido mais
verdadeiro, é o Espírito, que é uno. Porém, há uma noção diferente do ser em
nós, que é contrária à unidade. Autodescoberta, então, significa descobrir a
verdade que está em nós."
(N. Sri Ram, O
homem sua origem e evolução - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 77/78)
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