"Se a humanidade, ou qualquer parte, dela tiver de
progredir em qualquer medida real, isto apenas poderá ser feito por uma mudança
verdadeira, através de forças que geram melhorias nas mentes das pessoas, nos
seus gostos, nas suas visões, valores e comportamentos, e não através da
criação de ilusões prazerosas e atribuições de virtudes imaginárias a homens ou
objetos, seja para lucro, para fins tirânicos ou de glória. Criar impressões
que não correspondem à verdade deixam as coisas como estão e dão origem a ações
da parte da própria pessoa e da de outros que positivamente impossibilitam
qualquer real mudança para melhor. Qualquer glorificação, que não se origine de
um sentimento real pela pessoa e apreço pelas suas qualidades, é apenas um
truque de feitiçaria e produz hipnotismo de massa, como foi o caso na Rússia,
na Alemanha e outros lugares. A bolha, por mais colorida que ela possa
afigurar-se em determinada ocasião, eventualmente terá que romper-se e depois
haverá desilusão e uma forte reação àquilo que se realizou anteriormente.
Falando de amor ou afeição, o mundo seria melhor pela
realidade do amor no coração das pessoas, ou pela simulação do amor que pode
revestir-se de muitas formas enganosas? Pode-se criar uma impressão de amizade,
como é feito pela estrutura política portentosa, mas isto é apenas parte do
jogo diplomático. O que conta é o sentimento ou o espírito de amor dentro da
pessoa e isto é o que ajuda os demais. Eu não sei a extensão do bem de ‘fingir
uma virtude, se você não a tem’. Podemos satisfazer-nos facilmente com o
fingimento e não atentar para a realidade. Se o substituto opera bem, por que
preocupar-nos em encontrar a peça genuína?"
(N. Sri Ram - Em
Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 26/27)
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