"(...) É bem recente a ideia do vegetarianismo como um
movimento ético em defesa dos animais, que surge como forma de estabelecer um
novo paradigma frente à necessidade urgente de proteger o ecossistema e de
tornar a vida sustentável no planeta. Nos dias atuais o vegetarianismo não é
apenas uma opção diferente de vida, mas acima de tudo, uma atitude a ser tomada
para reduzir a forte pegada ecológica movida pelo comércio de carne.
O consumo de carne (bovina, suína, aves, peixes, etc.)
contribui em grande parte para o desequilíbrio ecológico, pois a produção de
carne em grande escala tornou-se um fator consideravelmente poluidor, já que as
fezes animais são 130 vezes maiores que os excrementos humanos, e o gás metano
liberado das fezes animais e de suas flatulências é responsável em grande parte
pelo efeito estufa. Atualmente milhares de criaturas do reino animal,
especialmente as aves, os suínos, bovinos e caprinos são abatidos diariamente
para a utilização da carne e derivados. Estes animais para abate são criados e
mantidos em extremas condições abomináveis, vivendo em habitat totalmente
antinatural, em gaiolas ou confinados em pequenos espaços, não tendo o direito
natural de exercer os seus instintos. São engordados quimicamente em condições
constante de estresse. Quando chega o momento do abate, suas vidas são brutal e
cruelmente ceifadas, espalhando pelo ar um profundo sofrimento e muita
adrenalina, e cheiro de morte e violência.
Os dados atuais são preocupantes e impossíveis de
serem sustentados, pois o consumo de carnes produz um impacto devastador no
meio ambiente e hoje sabemos que ‘30% de todo o território do planeta é destinado
para pasto animal e 70% das plantações de grãos são destinados para a ração
animal. A pecuária é responsável por 37% do metano liberado na atmosfera. O
metano é 23 vezes pior do que o CO2 em termos de aquecimento global.
(...) com a água gasta para um quilo de bife, poderia se produzir 122 quilos de
batatas. Usam-se 20 quilos de grãos para cada quilo de bife. A criação de gado
é responsável pelo desmatamento de 93% da Mata Atlântica, 80% da caatinga, 505
do cerrado e 18% da Amazônia. (...) Os bois pastam onde havia floresta.’¹
A partir destas informações não temos como sustentar
uma alimentação cárnea, sendo que no passado o vegetarianismo era exaltado como
uma premissa espiritual e filosófica, porém hoje o vegetarianismo é uma
necessidade emergente de equilíbrio do planeta,
pelo animais, pela saúde e por uma vida livre de sofrimento. (...)"
¹ Reportagem do Jornal do Bem Estar em outubro de 2007, com o biólogo Sergio Greif – ‘Uma outra verdade inconveniente’.
(Maria
Laura Garcia Packer - Viver Vegetariano - Nova Letra Gráfica & Editora,
Blumenaus/SC, 2010 - p. 14)
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