"Empatia e compaixão são palavras usadas muitas vezes como sinônimos, mas, na verdade, consistem em dois elementos diferentes da psique humana. É claro que, quando você entende os sentimentos do outro como se fossem seus e consegue se colocar no lugar dele, certamente vai sentir compaixão por essa pessoa. Mas você pode ter compaixão sem sentir empatia. Você pode ter compaixão por alguém, até por um animal, sem reconhecer os sentimentos dele em você mesmo.
A compaixão vem do coração e se manifesta na bondade e na benevolência em relação a tudo o que é vivo. Cristo era supremamente compassivo, assim como Mahatma Gandhi. Quando 'seu coração vai em direção ao outro', você está sentindo compaixão. Atos simples de bondade, como deixar alguém passar na sua frente numa fila de embarque, ceder seu assento no metrô para uma mulher grávida, dar comida para os que passam fome, são exemplos de comportamento compassivo se forem motivados por um impulso genuíno de bondade, e não porque você queria apenas 'fazer a coisa certa'.
A compaixão e a empatia se originam em lugares diferentes. Se você se colocar no lugar, digamos de um pai que o humilhou, você não precisa necessariamente ter compaixão por ele. Você pode pensar: 'Puxa, meu pai repetiu comigo o que o meu avô fez com ele. Sem refletir, ele transferiu para mim os comportamentos de que foi vítima. Vou me esforçar para ter empatia com o que ele sentiu, porque entendo esses sentimentos. Mas vou procurar não repassar esse comportamento para meus filhos.'
Á medida que você entende as razões que levaram seu pai a agir de determinada maneira, você pode começar a sentir compaixão por ele. Talvez seja difícil, até porque ele pode continuar sendo cruel com você. Mas, se perceber que ele é um ser humano tão ferido quanto você puder enxergar para além das mágoas, vai perceber que, quando a empatia e a compaixão se fundem, elas nos conduzem para o destino final de todas as lições que levam à imortalidade: o amor espiritual, o amor incondicional, o amor puro e eterno."
(
Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 71/72)
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