"No tratado A
filosofia Perene, Adous Huxley afirma: ‘O bem é a conformidade separada do
eu, até a aniquilação final no fundamento divino que lhe dá existência; o mal é
a intensificação da separatividade, a recusa em reconhecer que o fundamento
existe’.
A bondade, portanto, é aquilo que reflete ou tenta
refletir a divindade profundamente alojada dentro de nós. Essa divindade não é
sua nem minha. Ela penetra tudo que existe, sendo, portanto, um todo
indivisível. Por isso, a bondade não pode existir quando pensamos e sentimos
que somos indivíduos separados, seres com identidades, interesses e desejos
próprios.
Ao pensar desse modo, ficamos limitados e sofremos por
causa dos desejos não realizados: dinheiro, fama, posição social, reconhecimento
de nossa suposta importância, etc. Alem disso, ao tentar satisfazer desejos
egoístas, (físicos, emocionais ou mentais), mais cedo ou mais tarde acabamos
sofrendo. (...)
A bondade reflete-se na vida diária de várias
maneiras. O relacionamento correto com todas as coisas e com todas as pessoas é
uma qualidade básica da bondade – o relacionamento com a terra, a água, o ar,
as árvores, os animais e os seres humanos. Isso surge de um permanente senso de
harmonia e respeito por tudo, pois tudo que vive é sagrado. (...)
É preciso lembrar que a bondade sempre purifica, como
afirma o livro A Chave para a Teosofia (Ed.
Teosófica): ‘Para cada flor de amor e caridade que plantamos no jardim do nosso
vizinho, uma semente daninha desaparece do nosso próprio jardim’. (...)
Inundemos o mundo com pensamentos de amor; eles se
disseminarão nos lugares mais longínquos. Assim devemos nos treinar."
(Surendra
Narayan - A natureza da bondade - Revista Sophia, Ano 5, nº 19 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 29)
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