"(...) Platão disse certa vez que ‘os pensamentos
governam o mundo’. Se pensarmos profundamente a respeito disso, essa afirmação
parece quase autoevidente. Tudo a nossa volta – do nosso sistema de governo e
de nossas instituições sociais até as paredes à nossa volta e a cadeira na qual
estamos sentados – começaram com pensamentos. Se isso for verdadeiro, então, o
mundo a nossa volta é o reflexo do mundo no interior da mente coletiva da
humanidade. Se vivemos num mundo confuso e desordenado é porque os pensamentos
da humanidade como um todo são confusos e desordenados. Se a humanidade parece
estar sendo levada para o caos é porque falta aos indivíduos propósito e
objetivo em suas vidas pessoais.
Inerente a essa noção de que ‘os pensamentos governam
o mundo’ está o potencial para a mudança numa escala mundial. Todos nós sabemos
ser possível mudar nossas mentes. Fazemos isso todo dia. Se aceitarmos as
consequências lógicas da afirmação de Platão, então teremos de concluir que a
mudança social começa nas mentes de homens como você e eu. Se não gostamos do
mundo a nossa volta, podemos mudá-lo alterando aqueles padrões de pensamento que
o trouxeram à existência. Podemos pensar de maneira diferente e agir de maneira
diferente. Podemos pensar a respeito da criação em vez da destruição; da beleza
em vez da feiura; da ordem em vez do caos. Nada nos consegue parar senão
hábitos que construímos para nós mesmos pela repetição de velhos equívocos.
(...)
Acordemos e lembremos quem somos, esforçando-nos para
tornar a nossa natureza humana um sacrário digno da Presença residente, e o
mundo a nossa volta um local de beleza e ordem – um cosmos em vez de um caos.
Podemos começar perguntando a nós mesmos: ‘Que tipos de pensamentos estão
governando o meu mundo?’ Se não gostarmos da resposta a essa pergunta, então
podemos começar aqui e agora a transformar os nossos padrões de pensamento e
ação. Podemos perguntar-nos o que podemos fazer em nosso ambiente imediato para
criar beleza e inspirar e elevar os outros. Tendo recebido uma resposta do
interior – e receberemos uma resposta se perguntarmos com o espírito apropriado
– podemos começar a agir sobre nossa inspiração. Identificando-nos com causas e
movimentos que buscam elevar a humanidade, podemos juntar nosso apoio ao
trabalho que estão fazendo, e falar-lhes a respeito do poder criativo do
pensamento construtivo. Isso são boas novas, na verdade, um evangelho que vale
a pena ser pregado.
Mudando a nós mesmos, podemos mudar o mundo. Isso não
é um clichê batido, mas uma afirmação da lei cósmica tão crucial para o futuro
da humanidade que é impossível superenfatizar sua importância, como escreveu H.
P. Blavatsky, na Convenção Americana de 1891, ‘Em vossas mãos, Irmãos, é
colocada a esperança e o bem-estar do século vindouro.’"
(W. D. Mcdavid - Revista Theosophia – Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - Anos 103, Jan/Fev/Março de 2014 - p. 38/39)
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