"(...) Podemos errar; mas se errarmos, tendo-nos esforçado
para ver com clareza, lembremos que o erro é necessário para nos ensinar uma
lição, que para nosso progresso é vital que aprendamos; podemos errar e
escolher o caminho do desejo, iludidos por sua influência, e quando pensamos
que estamos escolhendo o Dharma,
podemos estar sendo movidos por Ahamkᾱra². Mesmo que seja assim, tomamos a atitude certa quando lutamos para ver o que
é correto e resolvemos agir com retidão. Mesmo que ao nos esforçarmos para
fazer o que é correto, fizermos o errado, podemos ter a certeza de que o Deus
dentro de nós irá corrigir-nos. Por que deveríamos nos desesperar quando
cometemos erros, quando nosso coração está fixo no Supremo, quando estamos
esforçando-nos para ver o que é correto?
Não, em vez disso, se nos esforçarmos para fazermos o
que é certo, e em nossa cegueira fazemos o errado, devemos sim dar as
boas-vindas à dor que clareia a visão mental, e destemidamente bradaremos ao
Senhor da passagem incandescente da montanha ‘Enviai mais uma vez vossas chamas
para calcinar tudo o que obstrua a visão, toda escória que está misturada ao
ouro puro; queimai, ó Ser Radiante, até que saiamos do fogo como se fôramos
ouro puro e refinado, do qual desapareceu toda impureza.’
Porém se nós, covardemente, recuamos da responsabilidade
de chegar a uma decisão e, surdo à voz da consciência, escolhemos o caminho fácil
que uma outra pessoa nos disse ser correto, mas que sentimos ser o errado, e
assim, contra nossa própria consciência seguimos o caminho de uma outra pessoa,
o que fizemos? Embotamos a voz divina dentro de nós; e escolhemos o inferior e
não o superior; escolhemos o fácil e não o difícil; escolhemos a subjugação da
vontade e não sua purificação; e muito embora o caminho que trilhamos pela
escolha de uma outra pessoa possa ser o melhor dos dois, não obstante
prejudicamos nossa evolução ao falharmos em fazer aquilo que acreditávamos ser
correto. Este erro é mil vezes mais injurioso do que errar pela fascinação do
desejo."
(Annie Besant - As Leis do Caminho Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 70/72)
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