"A mente está sempre querendo alimentar-se para pensar. Ela procura alimento para sua própria identidade, para seu sentido de ser. É assim que o ego se cria e se recria continuamente.
Quando você pensa ou fala a respeito de si mesmo, quando diz 'eu', está se referindo a 'eu e a minha história'. Está falando do ego com seus gostos e desgostos, medos e desejos, o ego que nunca se satisfaz por muito tempo. Essa é a noção que a sua mente tem de você, condicionada pelo passado e buscando encontrar sua plenitude no futuro. Você se dá conta de que esse ego é fugaz e passageiro como uma onda na superfício do mar?
Quem percebe isso? Quem compreende que sua forma física e psicológica é passageira? É o Eu Sou. Esse é o 'eu' mais profundo, que não tem nada a ver com o passado e o futuro.
O que restará de todos os medos e desejos associados aos problemas de sua vida e que diariamente exigem o máximo de sua atenção? Restará apenas seu nome gravado na lápide de sua sepultura e as datas ligando seu nascimento à sua morte. (...)
Quando cada pensamento absorve toda a sua atenção, isso mostra que você se identifica com a voz que está dentro da sua cabeça. O pensamento se confunde então com o sentido do 'eu'. Esse é o 'eu' criado pela mente, o que chamamos de 'ego'. Esse ego construído pela mente se sente totalmente incompleto e precário. Por isso o medo e o desejo são as emoções e forças dominantes e motivadoras desse ego. Ter liberdade é saber que você é a consciência por trás dessa voz.
O ego está sempre buscando. Busca sem cessar isso ou aquilo para se sentir completo. Isso explica por que ele se preocupa compulsivamente com o futuro.
Ao perceber que está 'vivendo para o momento seguinte', você descobre que começou a abandonar o padrão da mente autocentrada. Torna-se então possível escolher concentar toda a sua atenção no momento presente. Ao concentrar toda a atenção no momento presente, uma inteligência muito superior à da mente autocentrada entra em sua vida. (...)"
(Eckhart Toole - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 24/26)
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