"(...) Os sábios da antiguidade afirmavam que existe uma grande diferença entre levar a vida conscientemente, agindo de forma plena, objetiva e inteligente e levar a vida de forma repetitiva e condicionada. Todos nós recebemos estímulos o tempo todo. Quando reagimos a esses estímlos com base no nosso conteúdo mental, executando rotinas automaticamente como se fôssemos um computador, não somos capazes de criar. Conseguimos apenas repetir aquilo que já estava armazenado em nossa memória.
Uma pessoa realizada, uma pessoa espiritualizada, está atenta à realidade à sua volta. Ela está integrada a todo o complexo da vida, atenta a todos os estímulos, a tudo o que está acontecendo ao seu redor naquele momento. Ao invés de reagir, ela age. A diferença entre ação e reação é que a reação é condicionada e automática, enquanto a ação consciente é pura, espontânea e está em sintonia com a realidade presente.
Quando a mente está alerta e receptiva é possível aprender muito de nossos relacionamentos. Na medida em que começamos a observar a nós próprios, começamos a entender os mecanismos psicológicos da mente. Por exemplo: uma pessoa nos agride verbalmente, fala alguma coisa que não nos agrada. Se deixarmos que a mente atue automaticamente, a tendência é devolvermos a agressão. Essa é a maneira como a maioria das pessoas reage. Deixam-se contaminar pela emoção negativa e reagem de forma condicionada e não inteligente.
A maioria dos homens foi educada para não levar desaforo para a casa. Quando são alvo de alguma agressão, dão o troco sem pestanejar. Pessoas que normalmente são tranquilas não conseguem se controlar quando alguém lhes barra o caminho no trânsito, atravessando o carro na frente do seu; elas partem para a agressão verbal. Se alguém bate em seu carro, a situação se agrava. A pessoa é capaz até de se envolver em uma briga. Mais tarde ela para, reflete e chega à conclusão de que não precisa ter agido daquela forma, mas aí já é tarde, o mal já foi feito. (...)"
(Eduardo Weaver - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - Pub. da Ed. Teosófica - p. 13)
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