"No início do Bhagavad-Gita,
Arjuna fica perplexo perante seu dever, e por isso é incapaz de agir.
Finalmente, após seu diálogo com Sri Krishna, vê com mais clareza e a ação se
torna possível.
Um amigo meu não gostava do Bhagavad-Gita porque dizia ser pacifista! É claro que todos
compreendemos que a história do Kurukshetra
não deve ser aceita literalmente para justificar a guerra, mas simbolicamente,
no sentido de que dita ‘guerra’ não é contra nossos parentes, nossos amigos,
nossos instrutores ou quaisquer outras pessoas, ou mesmo contra nossos
inimigos, se tivermos algum, mas contra as tolas e destrutivas tendências que
cultivamos. Todos nós, cedo ou tarde, iremos encarar nosso Kurukshetra!
E muitas vezes não sabemos ou não queremos saber qual
é o ‘inimigo’ dentro de nós, e assim, se formos sinceros, ficaremos como
Arjuna, indecisos e perplexos quanto a nosso dever, e talvez façamos algo tolo
ou não façamos nada, quando tivermos que agir.
A palavra ‘dever’, como as palavras ‘disciplina’ e
‘sacrifício’, não agrada aos que pensam mais em seus direitos do que em seus
deveres! Mas, num sentido mais profundo, o que é o dever? Não é o que chamamos
de nosso ‘Dharma’, um dos diversos
sentidos desta palavra?
Nosso Dharma pode
ser nosso papel na vida, por exemplo, ser membro de uma família ou ser
empregado ou empregador. Mas qual é o nosso Dharma
num caso específico? Apenas nós podemos saber, e o que pensamos que sabemos
depende do nível de nossa consciência."
(Mary, Anderson
- Qual é nosso Dever - Revista Theosophia – Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil,
Ano 95, jan/fev/março 2006 - p.22)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/
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