"Apesar de insondáveis para os nossos fracos meios de
compreensão, o conhecimento e o poder necessários para estas adaptações não é,
contudo, difícil entrever, ainda que confusamente, a possibilidade de sua
realização, obedecendo a um plano de equidade e justiça perfeitas.
Não há dúvida de que a trama de um destino humano deve
ser composta de um número inumerável de fios que, no seu conjunto hão de formar
um desenho de uma pasmosa complicação. Fios que faltam, porque, ficaram sob a
urdidura, outros que aparecem repentinamente, todos eles obedecem à lançadeira,
que a devido tempo os chamará a cooperar na execução perfeita do tecido. Para
nós, que a olho nu, apenas vemos uma parte desse tecido, o destino pode-nos
escapar, mas como diz o sábio Jâmblico:
‘Aquilo que nos
parece ser uma definição exata da justiça não tem o mesmo aspecto para os
Deuses. Com efeito, nós, vendo apenas a parte que está perto de nós, apenas
fixamos a atenção nas coisas do presente, nesta vida de um momento, e na forma com
que ela subsiste. Pelo contrário, os Poderes que estão acima de nós conhecem o
conjunto da vida da alma e todas as suas existências anteriores.’
A certeza de que ‘o mundo é regido pela justiça
perfeita’, radica-se à medida que aumenta o conhecimento da alma em evolução.
Efetivamente, à medida que a alma progride e começa a ver nos planos elevados e
a transmitir à consciência desperta o que sabe, vamos nós aprendendo com uma
certeza sempre crescente, e, por consequência, com alegria, que a boa lei atua com
uma invariável, que os seus agentes a aplicam em toda a parte, de uma maneira
infalível, com uma força invencível, e que tudo neste mundo, onde as Almas
lutam, é pelo melhor."
(Annie Besant –
Karma – Ed. Pensamento, São Paulo,1990, p.52/53)
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